quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Vagabundas do cotidiano

Tv, capa de revista e jornais,
o corpo perfeito ela traz,
Impõe como ideais,
quem vê gasta,
gasta mais de mil reais
Procuram saber porque não são iguais

Julia, mãe de família aos 20
aprendeu desde criança a ser submissa,
nos serviços bem feitos ouvia um "já dá pra casar",
Espera o marido chegar
serve o jantar, para a louça lavar e se deitar.
Se deitar? Não...
"Ei mulher, bora transar!"

Rua, ônibus, trem e metrô
faça frio ou calor
Fabiana sente pavor
passou ali um senhor que lhe assediou
Ela gritou, mas não adiantou
a culpa foi dela que pelo vestido optou
Na rua, "ô lá em casa",
ela não reclama
a culpa é dela, calça apertada demais
convidada para mais uma transa,
com os caras que se dizem legais

Do outro lado da cidade está Claúdia,
aquela que todos chamam sapatão
mais uma pras estátisticas
que foi encontrada morta, estirada no chão

Katia tem 18, mora na periferia
quem olhava não suspeitava
que seu vizinho á estuprava
dizendo que á amava

Julia se separarou, foi curtir a vida
e outro cara encontrou
foi chamada de vagabunda, 
pois com mais de um se deitou.

O sutiã Fabiana tirou,
nas ruas protestou,
foi chamada de vagabunda, 
pois pelo seus direitos ela gritou.

Katia engravidou , do seu vizinho estuprador,
foi chamada de vagabunda,
pois o filho que não queria ela tirou.

Julia a televisão desligou
Fabiana e Katia, revista fechou
e Claúdia é a prova que a impunidade reinou.


QUANTAS VAGABUNDAS VOCÊ CONHECE?













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