sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Não sou obrigada a ser feliz

Meia-noite, todos festejam
seja 25 ou 31, eu não entendo
talvez eu tenha deixado para traz a vontade de festejar
mais um dia do calendário
e digo, não sou obrigada a ser feliz duas vezes num ano,
não sou obrigada a plantar amor duas vezes ao ano,
posso ser mais que isso, posso ser um ano inteiro
ou posso não ser nada,
posso ser feliz por 365, por 366
como posso ser 1
Não quero dar presentes e desejar coisas boas em datas certas,
não dar e receber abraços programados ,
não quero achar motivos para isso, 
quero dar e receber sem ter um
Não quero perguntas sobre minha vida,
quero que viva junto comigo,
quero que seja assim como eu, 365 ou 366
Não quero felicidade programada,
me desculpe,
vocês são mais que isso

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Me desculpe

Me desculpe,
me desculpe apenas por sentir,
por sentir tanto na imensidão do nada,
me desculpe por não compreender sua falta de compreensão
Me desculpe que por venturas ter perdido a razão
Desculpe
por sentir no meu coração uma espada de gelo,
que me impossibilita de sentir o seu calor,
o nosso
Me desculpa por te desejar tanto na sua ausência 
Jurei sem plena consciência,
jurei pela vida, pela morte
jurei,
sem possuir alguma

Apenas me desculpe,
pelo sim e pelo não,
pelo tudo e pelo nada,
por vãos e em vãos,
por chegadas e partidas
pela vida, se não pela morte
Me desculpe.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Escrever sobre escrever

  Não sei por onde começar. E assim começa.
 È sim uma tarefa difícil iniciar um escrito, mas as coisas fluem, você começa escrever, narrar e quando se dá conta o personagem é você, a história é sua vida e os erros as frustrações. Não é fácil transformar uma história de amor em um verso bonito, transformar as dores em estrofes, agonias em rimas. Transformar os sentimentos em mar e deixar-se transbordar, é completamente difícil, é tarefa demorada, é o acúmulo da vida sobre sua mente.

  Sim, vai se tornar algo tão pessoal e íntimo quanto meus poemas e textos. 
  Escrever por escrever nunca ocorreu na minha cabeça, sempre escrevi, sobre o show que tanto quis ir quando era pequena, sobre um acontecimento na minha 3º série, sobre algo que vi, e comecei a perceber que qualquer pedaço de papel podia me dar o conforto que eu tanto queria, talvez o silêncio como compreensão, um abraço quem sabe...Escrevi da forma que escrevo neste momento, escrevi muito, rabisquei muito, apaguei muito. Tive 1, 2 blogs em que escrevia sobre, uma espécie de diário em 3º pessoa, nunca divulguei , nunca pensei em divulgar, nunca mostrei pra ninguém absolutamente ninguém, talvez pelo fato de ter se acostumado com o conforto do papel e com o barulho das teclas do computador, e não queria que acabassem com isso, talvez por vergonha de mim mesma, dos meus sentimentos que TANTO sinto, os sentimentos que descrevo como agonia, é agoniante sentir tanto.       Meus textos, talvez como esse davam sono, eram completamente "vazios e obscuros" e o cobertor de palavras me sufocava, não sabia usa-las.
  De repente comecei a transformar os parágrafos em estrofes e as linhas versos e minhas dores, amores , frustrações e toda agonia presente em mim tomaram forma, transformaram-se em poesia , escrevi, escrevi, escrevi pra mim. Entre uns perdidos encontrei uns na qual pude mostrar meus escritos, na qual me incentivaram a expor da forma na qual exponho hoje, e sempre neguei. Não era e não são apenas versos, estrofes e rimas bonitinhas, sou EU. Vergonha de ser quem sou, vergonha de sentir tanto.
  Escrevi mais, mostrei pros perdidos e encontrei um que realmente conseguiu me convencer a expor eles, postei o primeiro, o segundo, o terceiro e assim até hoje, até esse momento. Percebi que as minhas dores podia ser a sua, a dele, a dela, a nossa dor. 
  Não consigo expor minha total agonia em palavras, são muitas. 
Percebi que deixei de escrever só por mim e passei a escrever por uns desconhecidos por ai...Aprendi a dividir agonias, mas continuam sendo minhas, continuam sendo muitas. 
  Escreva.